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  • Foto do escritor: Vítor Leal Barros
    Vítor Leal Barros
  • 25 de set.

«Descubrí que no soy disciplinado por virtud, sino como reacción contra mi negligencia; que parezco generoso por encubrir mi mezquindad, que me paso de prudente por mal pensado, que soy conciliador para no sucumbir a mis cóleras reprimidas, que solo soy puntual para que no se sepa cuán poco me importa el tiempo ajeno. Descubrí, en fin, que el amor no es un estado del alma sino un signo del zodíaco.», in ‘Memórias de mis putas tristes’, de Gabriel Garcia Márquez.

 

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Li ‘Memórias das minhas putas tristes’ sem o deslumbramento que esperava de Márquez. O livro pareceu-me brando, quase esquecido de si, como se falasse já de um lugar de declínio. No fundo, não há história de amor, apenas a idealização dela. O velho inventa um amor absoluto, mas unilateral. Delgadina nunca lhe fala, nunca lhe retribui, nunca existe para além do silêncio. Ela é só corpo adormecido, matéria para a sua fantasia.

Percebo agora que o romance é mais sobre a ilusão de amar do que sobre o amor em si. É a encenação de um imaginário comum à geração de Márquez, o mito masculino da pureza do amor vivido sem reciprocidade, como se bastasse contemplar a inocência feminina para se acreditar salvo. Não há alteridade, apenas projecção. Um amor sem realidade, mas que lhe serve de consolo na hora final.

Talvez por isso o livro me soe tão melancólico. Não é uma celebração do amor, mas o retrato de um homem que nunca o viveu de facto e que, à beira da morte, inventa-o para si mesmo. Saliento o parágrafo acima, pelo menos o personagem viu e aceitou as sombras. Até a do amor.

 
 
 

Igreja do Divino Salvador, Finalista da VII Edição do Prémio Internacional de Arquitectura Sacra da Fundação Frate Sole
Igreja do Divino Salvador, Finalista da VII Edição do Prémio Internacional de Arquitectura Sacra da Fundação Frate Sole

É com grande satisfação e alegria que vejo o projecto da Igreja do Divino Salvador de Freamunde seleccionado entre os 10 finalistas à VII edição do Prémio Internacional de Arquitectura Sacra da Fundação Frate Sole em Pavía, Itália. O projecto foi seleccionado entre 114 propostas a concurso enviadas de todo o mundo. O vencedor será anunciado no final do mês de Julho e escolhido pelo júri composto pelo Arq.º Tadao Ando, Arq.º Cristian Undurraga e pelo Presidente da Fundação Frate Sole, Luigi Leoni.



 
 
 
  • Foto do escritor: Vítor Leal Barros
    Vítor Leal Barros
  • 11 de set.

Atualizado: 16 de set.

O Templo de Karnak em Luxor, Egipto.


Assistindo a uma conferência de Juhani Pallasmaa há alguns dias atrás, o arquitecto e intelectual finlandês, apontava o Templo de Karnak em Luxor, no Egipto, como um dos seus edifícios favoritos de sempre. Lembrou-me de quão pequeno e maravilhado me senti quando o visitei há vinte anos atrás.

Alguns edifícios ampliam os limites dos nossos sentidos de tal modo que nos proporcionam uma espécie de experiência extra-sensorial. 

Beber a beleza das coisas será a experiência humana mais próxima de sentirmos a presença de Deus.


Templo de Karnak, Luxor, Egipto, Vítor Leal Barros, 2003
Templo de Karnak, Luxor, Egipto, Vítor Leal Barros, 2003

 
 
 
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